Polo levou a força das tradições pernambucanas para o maior centro de artes figurativas de barro das Américas
Com o objetivo de promover ações culturais por toda a cidade, o Pernambuco Meu País descentralizado neste sábado (06) em Caruaru foi no Alto do Moura. O palco montado na kombi Zuzuada, com suas cores, ritmos e celebração coletiva, levou a força das tradições pernambucanas para o maior centro de artes figurativas de barro das Américas, integrando diversas manifestações culturais e valorizando a identidade do estado.
Hoje, o polo mesclou espetáculos teatrais com shows musicais. Quem abriu os trabalhos foi o espetáculo "O Pintor", produzido pelo Barracão Teatro (de Esio Magalhães). A peça conta a história de um palhaço que, em meio a suas trapalhadas, precisa pintar uma bandeira seguindo um modelo que não lhe agrada, e a ação se revela mais complexa e perigosa do que parece à primeira vista.
A peça combina humor, criatividade e poesia, criando uma experiência artística única que explora um universo lúdico e imaginativo. O Barracão Teatro, companhia de São Paulo, é conhecido por suas montagens que misturam teatro e circo, oferecendo espetáculos envolventes e criativos.
Em seguida, foi apresentado o espetáculo "No reino cor de burro quando foge" do Coletivo Poeira, um grupo de artistas de Belo Jardim, Pernambuco. O espetáculo aborda um tema atual sobre a conservação da água, contando a história de um reino que sofre uma seca por desperdício e cuja paisagem verde se transforma em "cor de burro quando foge".
Abrindo os shows, a Mazurca Pé Quente demonstrou o força de uma cultura tradicional do bairro. A Mazurca Pé Quente é um grupo de artistas do Alto do Moura que realiza uma dança tradicional e cultural de mesmo nome. A mazurca é uma expressão cultural importante para o Alto do Moura e os artistas do grupo, que também é um Ponto de Cultura, se apresentam em eventos locais e regionais, como as Festas Juninas.
A mazurca é um ritmo que mistura influências indígenas e africanas, numa mescla de pandeiro, ganzá e batida de pés, um trupé forte e certeiro, que lembra o coco, mas tem a sua própria identidade. É dançada por casais, que formam uma roda e giram em uma mesma direção, batendo forte com os pés e as mãos.
Cantora, compositora, produtora cultural e poeta, Bia Marinho deu sequência aos shows com um repertório formado por homenagens ao Mestre Vitalino, morador ilustre do Alto. Natural de São José do Egito, no Sertão pernambucano, Bia é filha do lendário repentista Louro do Pajeú. Vinda de uma família envolvida com a cultura popular, ela traz como base do seu trabalho a cantoria de viola, a poesia e o forró.
Fechando a programação, o cantor Silvério Pessoa destoou seus clássicos para o público do bairro. Com seu trabalho baseado em uma referência à linguagem, aos modos e costumes da gente pernambucana, unindo ritmos, sons e a poesia de Pernambuco em seu trabalho.