segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

ADAPTAÇÃO ESCOLAR E OS DESAFIOS DOS PRIMEIROS DIAS DE AULA

A neuropsicóloga Érika Lima dá dicas de como vivenciar o momento de forma saudável




Com o mês de janeiro indo embora e o início do ano letivo prestes a iniciar, muitas são as dúvidas, desafios, inseguranças e incertezas por parte dos pais e familiares que enviarão neste ano seus filhos pela primeira vez para a escola. Qual a idade ideal para a criança iniciar os estudos? Como escolher bem o colégio? De que forma orientar o filho para essa novidade? Esses e outros questionamentos sempre vêm à tona na cabeça dos pais. Mas uma coisa é certa: essa mudança precisa acontecer, então que seja de forma saudável e respeitando os envolvidos. Daí a importância da adaptação escolar.

Existem casos em que a adaptação é mais tranquila, sem choro, sem escândalo e sem tanto sofrimento para as partes, mas para uma parcela, os primeiros dias de aula são um misto de sentimentos. Os pequenos se sentem frágeis e inseguros, apresentam crises de choro e têm sensação de abandono. Para os pais, o medo de deixar o pequeno naquele ambiente novo, sem uma pessoa de seu convívio e inteira confiança é quase que certo. E ações simples, podem facilitar a adaptação, como explica a neuropsicóloga Érika Lima.




“O novo assusta, sobretudo, crianças que nunca saíram do convívio de familiares e essa ruptura pode trazer impacto na vida delas, com novas regras, nova rotina, novos colegas e longe dos pais. Então, antes de qualquer coisa, é importante que os pais se sintam seguros e passem esse sentimento para a criança. Para que isso aconteça, sempre aconselho a família a pesquisar bem a instituição de ensino, fazer visitas, conversar com os gestores e professores, conhecer as salas de aula, além, claro, de observar se o pequeno tem maturidade, minimamente, para viver essa novidade”, pontua.

Vencida a etapa da escolha da escola, é hora de apresentar esse novo mundo aos pequenos e inserí-los no processo é o caminho, como orienta Lima. “Converse com seu filho; mostre o local onde ele vai estudar, se possível, faça com ele visitas ao local; evite associar o colégio ao castigo; nos primeiros dias deixe-o levar algo de casa, como um brinquedo; sempre se despeça dele – sair escondido traz sensação de abandono –; cumpra com o combinado; converse com ele sobre o que aconteceu no dia dele; e sempre, sempre diga palavras de incentivo”.

Se para crianças típicas o processo em muitos casos é difícil e dolorido para os envolvidos, em famílias com crianças atípicas pode ser ainda mais desgastante e incerto, uma vez que além de todos os aspectos já citados, os pais precisam atentar para como a escola lida com as diferenças e especificidades desses pequenos, bem como se dispõem de profissionais que estejam capacitados para acompanha-los. “Uma criança com Transtorno do Espectro Autista – TEA, por exemplo, talvez não se sinta confortável com uma grande quantidade de pessoas em um mesmo ambiente e com o barulho, como ocorre nos intervalos e recreios, então essas questões devem ser pontuadas aos professores, a fim deles fornecerem um ambiente mais tranquilo e menos barulhento, promovendo assim mais conforto nesse momento de adaptação”, pondera.

E, por fim, alguns podem até interpretar como ‘besteira’ ou ‘excesso de zelo’ essa necessidade de adaptação, mas “o nome disso é cuidado, afinal a vida daquela criança em comunidade inicia no colégio e se essa adaptação ocorrer de forma conturbada, pode desencadear irritabilidade, bloqueio, insegurança e sentimento de abandono, além de rejeição ao colégio, o que não é nada bom para ele, tampouco para os pais”, complementa Érika Lima.

QUEM É ADRIANO LUIZ?

Minha foto
Caruaru, PE, Brazil
Formado em jornalismo pelo Unifavip. Pós-graduando em Audiovisual, tendências e mídias sociais no Uninassau. Radialista desde 2004. Mais de 20 anos na comunicação em Caruaru-PE.