Quando se age no início da doença, se consegue ter uma boa qualidade de vida sem precisar se submeter a uma cirurgia, alerta o médico ortopedista Filipe Belfort – especialista em cirurgia do joelho
Dores no joelho atingem todas as idades e podem ser sinais de doenças degenerativas ou lesões traumáticas. As primeiras geralmente acometem pessoas de faixa etária entre 50 e 60 anos de idade. Um exemplo desse tipo de patologia é a artrose e outros desgastes importantes. Já as segundas, são normalmente decorrentes da prática esportiva. Barulhos estranhos não acompanhados de dores associadas não são motivadores de alerta, no entanto, como explica o médico ortopedista Filipe Belfort – especialista em cirurgia do joelho, com atendimento no SEOT – Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia.
As dores, principalmente ao se agachar, subir ou descer escadas, assim como permanecer por um longo período em pé, estão entre as principais queixas das doenças do joelho, segundo o médico. “Essa dor geralmente vem acompanhada de um pouco de inchaço, vermelhidão ou área quente ao redor do joelho. Um fator etiológico importante provém dos hábitos de vida inadequados como sedentarismo, falta de condicionamento físico e sobrepeso”, explica o médico.
O diagnóstico clínico costuma ser associado a exames de imagens, como raio-X ou ressonância magnética. “A avaliação por um médico especialista já é bem sugestivo da doença. Um exame de raio-X pode revelar a doença em estágio mais avançado, quando há um maior desgaste, ou detectar a presença de tumores. Já o de ressonância magnética, que é mais específico, mostra o joelho por completo e revela lesões em grau inicial e as lesões ligamentares e meniscais”, detalha o ortopedista.
O especialista em cirurgia do joelho alerta que é preciso cuidar o quanto antes, pois as doenças degenerativas têm um desgaste progressivo. “Quando se age no início da doença, se consegue ter uma boa qualidade de vida sem precisar se submeter a uma cirurgia. Quando não se interfere na cadeia de desgaste, essa vai avançando até chegar a um nível irreversível. Por isso a importância de não se protelar muito o tratamento conservador, que são as medidas clínicas (remédios e mudanças no estilo de vida) adotadas para retardar a piora da patologia, a fim de não se chegar a um estágio muito avançado ”.
Indicação Cirúrgica – Quando se tem uma lesão ligamentar/ meniscal, decorrente de queda e deslocamento do joelho, normalmente ligada à prática esportiva, muitas vezes o quadro é cirúrgico. Já nas doenças degenerativas, os casos com indicação cirúrgica são os de artrose mais avançada (casos graves com dores muito incapacitantes), causadora de deformidade na perna (joelho para dentro ou para fora, por exemplo). “Como há um desgaste significativo, há a real necessidade de se fazer a cirurgia. Mas, muitas doenças melhoram só com fisioterapia (fortalecimento), orientação médica e perda de peso. Pode haver indicação também para infiltrações com ácido hialurônico, líquido usado para "lubrificar", os joelhos. Em último caso, é que há a indicação de cirurgia”, finaliza o médico Filipe Belfort.
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