quarta-feira, 24 de março de 2021

ESPECIALISTA FALA SOBRE USO CORRETO DAS MÁSCARAS E QUAIS PROTEGEM CONTRA AS VARIANTES DA COVID-19




Atualmente, a máscara é um acessório indispensável em nossa rotina e, mesmo depois de passado um ano de sua implementação, há quem se incomode por ter que usá-la e quem ainda fique em dúvida sobre sua utilização adequada. Fato é que nem as novas variantes, tampouco a vacinação contra a Covid-19 são motivos para que abandonemos, por ora, o hábito de usar máscaras em público. A máscara inibe a propagação do coronavírus e, para isso, deve sempre ser usada da maneira correta e ser mantida em bom estado de conservação.

Isso porque, “independente de qual seja a variante do vírus, nenhuma máscara protegerá se estiver molhada, úmida ou danificada”, afirma a professora do curso de enfermagem do Centro Universitário UniFavip, Andressa Oliveira, Enfermeira Intensivista na linha de frente no combate à Covid-19 e mestranda em Educação no Ensino de Ciências.

Ela explica a precisão de cada máscara, conforme a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, que formulou o seguinte ranking de eficácia:

1º N95 ou a PFF2: Modelos comumente utilizados pelos profissionais de saúde e que podem ter seu uso estendido à população que assim desejar. São modelos que se acoplam ao rosto, vedando e protegendo contra os aerossóis. Alguns países da Europa, inclusive, passaram a indicar para a população em geral, principalmente quando é necessário entrar em ambientes fechados, como supermercados ou transportes públicos. Mas é importante lembrar que esses modelos são descartáveis.

2º Máscara Cirúrgica: Precisa estar limpa e seca, devendo estar bem ajustada ao rosto, cobrindo nariz e bora completamente. É extremamente importante salientar que os elásticos não devem ser cruzados ou fazermos nós nas pontas para ajustá-las, em situações como essas você poderá estar adequando a parte frontal da máscara, porém, possibilitando a entrada e saída de ar pelas laterais. Outro ponto importante é que essas máscaras são DESCARTÁVEIS. Usou, descartou! Nada de lavar para reutilizá-las.

3º Máscaras de tecido com duas ou três camadas: Continuam sendo recomendadas pelos órgãos competentes. Além do custo ser bem mais acessível, estudos já demonstraram que máscaras de tecido - desde que tenham de duas a três camadas - apresentam filtragem de 70% contra as partículas de vírus, incluindo as novas variantes, pois ainda não foi encontrada nenhuma mudança no tamanho da partícula viral que pudesse sugerir um novo modelo de proteção.

Máscaras de crochê, tricô, máscaras de proteção transparente e com válvula são contraindicadas.

De acordo com a docento do UniFavip, o uso da máscara deve ser mantido. A especialista lembra “que o objetivo da máscara é, principalmente, comunitário, e não individual. Com ela, se você espirrar, tossir ou falar, as suas secreções, que podem transmitir o vírus, não se espalham”.

Vale salientar que, mesmo pessoas vacinadas, devem manter o uso da máscara, pois, por enquanto, não existe uma garantia de que as vacinas impeçam a transmissão. Por isso, ela acredita que a máscara deverá ser um item obrigatório por um longo tempo, mas com o uso correto para sua eficácia.

“Além disso, é importante ter alguns cuidados com seu uso: o nariz e boca devem estar completamente cobertos, nada de deixar a máscara no queixo, pendurada na orelha por um elástico ou cobrindo apenas a boca. Ela deve ser bem ajustada ao rosto. Máscaras molhadas ou úmidas devem ser substituídas, e devem ser manipuladas após higienizar muito bem as mãos”, orienta a enfermeira, que elaborou algumas perguntas e repostas para ajudar no entendimento do assunto. Confira abaixo.

TRANSPIRO BASTANTE MESMO SEM FAZER ESFORÇO FÍSICO. O QUE DEVO FAZER?
"Isso é normal diante do nosso clima. Sempre que houver necessidade você pode retirar a máscara para limpar o rosto, em um local vazio e de preferência aberto, higienize bem as mãos, de preferência com água e sabão, limpe o rosto com papel toalha ou lave-o e, em seguida, recoloque a máscara para se proteger".

Outra dica importante é sempre ter uma máscara reserva na bolsa ou no carro, por exemplo.

POSSO USAR APENAS O ESCUDO FACIAL? "Não adianta. Nenhum escudo facial ou face shield protege contra o vírus, pois não veda completamente o rosto. Um estudo publicado na revista Física de Fluidos, na Universidade Florida Atlântico, indica que as máscaras tradicionais são mais eficientes que o uso do protetor facial. Simulações de espirro e tosse, feitas em laboratório, apontam que a face shield bloqueia as secreções, mas gotículas passam sob o visor com facilidade e se espalham por uma grande área. Sendo necessário o uso simultâneo da máscara.

CRIANÇAS PEQUENAS COSTUMAM MORDER E RETIRAS A MÁSCARA. O QUE DEVO FAZER?
"A Organização Mundial da Saúde contraindica o uso de máscaras por menores de dois anos de idade. Crianças acima de dois anos devem utilizar, porém, sob supervisão de um adulto. É importante sempre ter mais de uma máscara disponível para troca sempre que necessário”.

TENHO FALTA DE AR AO UTILIZAR A MÁSCARA. É NORMAL?
A máscara hospitalar comum ou de algodão não afeta as taxas de oxigênio (O2) no sangue ou sequer prende qualquer quantia de dióxido de carbono significativa. O que pode acontecer é que, apesar de a nossa respiração ser inconsciente na maior parte do tempo, ela pode ser afetada pela mente, e a máscara pode provocar desconforto, ansiedade, além de mudar os padrões respiratórios.
Quando isso acontecer, você deve procurar um lugar calmo para tentar respirar tranquilamente. Usamos uma técnica chamada respiração quadrada, que consiste em trabalhar conscientemente a respiração:

Comece inspirando pelo nariz durante 4 segundos, segure a respiração por 4 segundos, exale pelo nariz durante 4 segundos, segure novamente por 4 segundos e repita quantas vezes for necessário.

Caso essa falta de ar seja persistente e independente do uso da máscara, procure o serviço de saúde para investigar.

QUEM É ADRIANO LUIZ?

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Caruaru, PE, Brazil
Formado em jornalismo pelo Unifavip. Pós-graduando em Audiovisual, tendências e mídias sociais no Uninassau. Radialista desde 2004. Mais de 20 anos na comunicação em Caruaru-PE.